Série pensando na letra da música de oração do XLV Encontro Lumen Despertar Dilexit nos ( Chamas de Amor - Camila Correia )

Salve Maria!!!

Mais um Encontro Despertar Lumen aconteceu no fim de semana passado (4, 5 e 6 de abril de 2025) e, com ele foi anunciado o nove tempo que a Obra Lumen vai viver. Tempo de Dilexit nos!!! Louvor à Deus por um tema tão especial!!


Segue a explicação do tema segundo a Obra Lumen:

DILEXIT NOS, que é o nome da última encíclica do Papa Francisco, significa “Amou-nos”. “'Amou-nos', diz São Paulo referindo-se a Cristo (Rm 8, 37), para nos ajudar a descobrir que nada 'será capaz de separar- nos' desse amor (Rm 8, 39). Paulo afirmava-o com firme certeza, porque o próprio Cristo tinha garantido aos seus discípulos: 'Eu vos amei' (Jo15, 9.12). Disse também: 'Chamei-vos amigos' (Jo 15, 15)."

Quando nos deixamos ser amados por Deus, somos curados para amar. Para nós da Obra Lumen, sobretudo, quando nos deixamos ser amados pelo Emanuel, o Verbo Encarnado, Jesus Abandonado (cf. Mt 25, 40), somos inflamados pelo Seu Amor.

Somos chamados a uma vida de intimidade e de amizade com o Senhor; a nos permitirmos ser encontrados e amados pelo Emanuel, a partir das vendas que caem dos nossos olhos para que possamos reconhecê-lo especialmente nos mais abandonados. Essa espiritualidade vai transformando o nosso coração no dia a dia e fazendo com que o nosso olhar para toda a humanidade seja um novo e diferente olhar.

Quando amamos, não abandonamos o Amado. Não ficamos indiferentes em nosso fechamento em nós mesmos. Queremos estar com Ele - “Quo Vadis?” - e consolar as suas dores. Apaixonados por Cristo, somos impelidos a amá-lo e a anunciar, com muita alegria, o Seu Amor, para que o mundo o conheça e o ame!

Assim, desejamos ardentemente amar o Amor que não é amado, como nos ensina São Francisco de Assis:

“Certo camponês perguntou: 'Que aconteceu, irmão Francisco, por que estás chorando?' O irmão respondeu: 'Meu irmão, o meu Senhor está na cruz e me perguntas por que choro? Quisera ser neste momento o maior oceano da terra, para ter tudo isso de lágrimas. Mais ainda, que juntemos todos os rios e todos os mares, não haverá lágrimas suficientes para chorar a dor e o amor de meu Senhor crucificado. Quisera ter asas invencíveis de uma águia para atravessar as cordilheiras e gritar sobre as cidades: o Amor não é amado! O Amor não é amado! O Amor precisa ser amado. Como é que os homens podem amar uns aos outros e não amar o Amor?'”(Frei Inácio Larrañaga. Irmão de Assis). 

Nessa postagem, vamos rezar e pensar na letra da música de oração, Chamas de amor. Particularmente, acho muito linda. A música fala sobre um amor profundo e incondicional por Jesus. Expressando o desejo de se unir a Ele e se doar totalmente. Reconhece que o amor de Jesus é maior do que qualquer merecimento ou explicação, sendo portanto gratuito e misericordioso. Afirma que o amor nunca é em vão, como mostram as marcas do coração de Jesus. 
Vamos nessa?


Como as postagens habituais dessa série, segue o vídeo com a música. Em seguida, destacado em negrito e itálico a letra da música e com estiver sem destaque são apontamentos meus com alguns dados da internet ou da encíclica em questão.


Jesus abandonado e esquecido
Aqui estou, permaneço contigo
Eis meu coração, derramo aqui
Que mandais fazer de mim?

A encíclica Dilexit nos do Papa Francisco enfatiza o amor incondicional de Jesus por nós, simbolizado pelo Sagrado Coração. A frase "Jesus abandonado e esquecido" pode ser vista como um eco do sofrimento de Cristo, que, mesmo na solidão e no abandono, continua a amar e a oferecer seu coração. A encíclica nos convida a responder a esse amor com entrega total, como expressa a música: "Aqui estou, permaneço contigo".
O trecho "Eis meu coração, derrama aqui" reflete a ideia central da encíclica de que o coração humano é o lugar onde o amor de Deus habita e transforma. É um convite para que o amor divino preencha nosso ser, permitindo-nos amar como Cristo amou.
Na Bíblia, o tema do abandono de Jesus é evidente em passagens como Mateus 27, 46, onde Ele clama: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?". No entanto, mesmo nesse momento de dor, Jesus permanece fiel à vontade do Pai, o que ressoa na frase da música: "Que mandais fazer de mim?". Isso lembra a oração de Jesus no Getsêmani (Lucas 22:42): "Não se faça a minha vontade, mas a tua".
Santa Teresa de Ávila, em sua oração "Que mandais fazer de mim?", expressa uma entrega total à vontade de Deus, semelhante ao que a música sugere. Essa atitude de abandono confiante é um chamado para que vivamos em união com Cristo, mesmo nas dificuldades.

Quero unir-me a Ti
Ofertar-me pelos Teus até o fim
Ó doce beleza escondida
És o sentido mais profundo da minha vida

A primeira frase traz à mente o convite de Jesus: "Permanecei em mim e eu permanecerei em vós" (João 15:4). É um chamado à comunhão, onde a alma busca estar plenamente conectada ao amor e à presença divina.
Já a segunda frase nos faz pensar na história de vida dos santos, que ofereceram suas vidas em serviço a Cristo e ao próximo. São Francisco de Assis, por exemplo, viveu em pobreza e abnegação, dedicando-se aos mais necessitados como forma de refletir o amor de Deus.
"Ó doce beleza escondida": Essa expressão lembra a mística de Santa Teresa de Lisieux, que via Jesus como a "beleza escondida" nas pequenas coisas e nos momentos de desafio. Ela encontrava alegria na simplicidade e no sacrifício, acreditando que era ali que o amor verdadeiro se revelava.
A última frase nos fala da busca pelo sentido mais profundo encontra sua resposta em Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Os santos frequentemente falaram sobre o encontro com Jesus como a realização última de suas jornadas espirituais.

Refrão:
Me amas mais do que eu poderia merecer
Te amo mais do que eu poderia explicar
Me amas e com Teu amor me chamas
E em chamas de amor
Digo pra sempre sim

Essa parte da música é uma declaração profunda e poética sobre a dinâmica do amor entre Deus e a alma humana.
"Me amas mais do que eu poderia merecer": Essa frase reflete o conceito de graça divina. O amor de Deus é incondicional e não depende de méritos humanos, como São Paulo afirma em Romanos 5,8: "Mas Deus prova seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." Esse amor transborda além de qualquer lógica humana. Nossa natureza humana tem muita dificuldade em compreender esse amor divino. 
A frase da segunda linha, nos lembra a relação íntima e misteriosa que tantos santos experimentaram com Deus, como São João da Cruz em seu "Cântico Espiritual". O amor divino transcende palavras e é sentido de forma mais profunda na alma.
A terceira frase pode ser associada à passagem de Isaías 43,1: "Eu te chamei pelo teu nome; tu és meu." Deus, em seu amor, não apenas nos ama, mas nos convida a viver em plenitude com Ele, um chamado que é pessoal e transformador.
"Em chamas de amor, digo pra sempre sim": Não sei vocês, mas esse trecho me faz pensar na experiência dos discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24:32): "Não estava ardendo o nosso coração, enquanto Ele nos falava no caminho?" É também um eco da espiritualidade de Santa Teresa de Ávila, que via a união com Deus como um "fogo de amor divino". O "sim" é a entrega definitiva à vontade de Deus, um compromisso eterno.

O Amor nunca é em vão
é o que dizem as marcas do Teu coração
o amor nunca é em vão
é o que jorra do lado do Teu coração

A encíclica Dilexit nos enfatiza que o coração de Jesus é o símbolo do amor divino, um amor que se entrega sem reservas e que nunca é em vão. O Papa Francisco destaca que o coração de Cristo é a "morada do amor em todas as suas dimensões" e que as marcas do Seu coração, como as chagas da crucificação, são testemunhos visíveis desse amor eterno. O trecho "é o que dizem as marcas do Teu coração" reflete essa ideia, mostrando que o sofrimento de Cristo não foi em vão, mas um ato de amor redentor. 
Na Bíblia, o lado de Jesus perfurado na cruz é descrito em João 19,34: "Mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água." Esse ato simboliza o amor que jorra do coração de Cristo, um amor que purifica e salva. É a misericórdia divina que brota do coração e do lado aberto de Jesus, para nos purificar de nossas misérias.  A frase "é o que jorra do lado do Teu coração" remete diretamente a essa passagem, destacando o sacrifício de Jesus como fonte de vida e redenção.
Os santos frequentemente meditaram sobre o amor de Cristo como algo que nunca é em vão. Santa Margarida Maria Alacoque, por exemplo, teve visões do Sagrado Coração de Jesus e descreveu-o como uma fonte inesgotável de amor e misericórdia. Para ela, as marcas do coração de Cristo eram sinais do Seu desejo de alcançar e transformar cada alma.


A música é uma oração de entrega e comunhão com Jesus, especialmente em momentos de solidão e esquecimento. Ela nos convida a permanecer com Ele, oferecendo nosso coração e nossa vida em resposta ao Seu amor infinito.
O último trecho da música nos convida a contemplar o amor de Cristo como algo eterno e eficaz. As marcas do Seu coração e o sangue e água que jorraram do Seu lado são testemunhos de que o amor divino é sempre frutífero, mesmo quando parece envolto em dor e sacrifício.

Tem alguma informação à acrescentar ou um testemunho sobre o que a música provocou em você ou te fez refletir. Deixa aqui nos comentários que eu posto. ;)
Gostou? Por favor, compartilha com os amigos e familiares para que mais pessoas conheçam essa música e rezem com essa espiritualidade. Obrigada pela disposição de ler tudo.
Deus vos abençoe!

Referências:












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