Prontos para mais uma análise da letra das músicas do show Tempestade, do Guilherme de Sá? A escolha da vez é a 'Nada entre o valor e a vergonha', que trata de temas como identidade, fé, autenticidade e resistência diante das pressões do mundo.
A música é um manifesto contra a superficialidade e a perda de valores. Guilherme canta sobre enxergar almas em vez de carne, sobre não se deixar corromper por aparências ou julgamentos. Um dos versos mais marcantes diz:“Não deixe que destruam sua vida / Não permita que roubem sua fé”
Essas linhas revelam o tom de alerta e encorajamento que permeia toda a canção. É como se ele estivesse nos lembrando que, mesmo quando o mundo tenta nos comprar ou nos julgar, a fidelidade aos nossos princípios é o que nos diferencia.Vamos refletir sobre ela?
Conforme mencionado em videos anteriores, em negrito segue a letra da música, o restante é fruto de ponderamentos à partir da minha concepção da Igreja Católica e da Logoterapia.
Guilherme de Sá
(Oh, haverá, haverá!)
Vejo almas
Não só pedaços de carne
Nem coisas pra se usar
Sem calças, nem causas
Nada entre o valor e a vergonha
Nenhum prazo pra recuar
Acredite, há um prazo pra recuar
Esses versos ecoam diretamente o ensinamento católico sobre a dignidade intrínseca da pessoa humana. A Igreja ensina que cada ser humano é criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,27), e portanto não pode ser reduzido a objeto de uso ou prazer. Ver “almas” é reconhecer o outro como um ser espiritual, com valor eterno, e não como um corpo descartável.
“Sem calças, nem causas”
Essa expressão pode ser lida como uma crítica à cultura da exposição e da superficialidade, onde se perde o sentido do pudor e da missão. A Igreja defende o pudor como virtude, não como repressão, mas como respeito pelo mistério do corpo e da sexualidade. A ausência de “causas” também sugere uma vida sem propósito, o que contraria o chamado cristão à vocação e missão pessoal.
“Nada entre o valor e a vergonha”
Aqui há uma tensão entre o reconhecimento do próprio valor e o sentimento de vergonha — que pode ser saudável quando nos leva ao arrependimento, mas destrutiva quando nos paralisa. A Igreja ensina que o verdadeiro valor vem de sermos filhos de Deus, e que a vergonha pelo pecado deve nos conduzir à confissão e reconciliação, não à autodestruição.
Aqui há uma tensão entre o reconhecimento do próprio valor e o sentimento de vergonha — que pode ser saudável quando nos leva ao arrependimento, mas destrutiva quando nos paralisa. A Igreja ensina que o verdadeiro valor vem de sermos filhos de Deus, e que a vergonha pelo pecado deve nos conduzir à confissão e reconciliação, não à autodestruição.
“Vejo almas”
Na Logoterapia, isso representa a capacidade de transcender o biológico e enxergar o outro como um ser com liberdade e responsabilidade. Frankl diria que ver “almas” é reconhecer o outro como alguém que pode escolher sua atitude diante do sofrimento e buscar sentido mesmo na dor.
“Nenhum prazo pra recuar / Acredite, há um prazo pra recuar”
Essa aparente contradição é profundamente existencial. A primeira frase sugere coragem, firmeza diante da vida. A segunda, uma advertência: há momentos em que é preciso parar, refletir, recuar para reencontrar o sentido. Na Logoterapia, isso seria o momento de pausa interior, de escuta da consciência, que aponta o caminho do sentido. Me remete à questão da finitude.
“Não deixe que destruam sua vida / Não permita que roubem sua fé”
Essas linhas ecoam o chamado cristão à perseverança na fé, mesmo diante das adversidades. A Igreja ensina que a vida é dom de Deus e que a fé é uma graça que precisa ser protegida e cultivada. São Paulo já advertia: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).
Aqui, Guilherme parece nos lembrar que a destruição da vida começa pela perda do sentido, e que a fé é justamente o que nos ancora diante do caos.
“Que o riso seja sua fala toda / Vez que sua voz acabar”
Essa imagem é belíssima. Quando a voz se cala — seja por dor, censura ou esgotamento — que o riso fale por nós. Na espiritualidade cristã, o riso pode ser expressão de esperança, de confiança em Deus mesmo quando tudo parece perdido. É o eco da alegria pascal: a certeza de que a morte não tem a última palavra.
Na Logoterapia, isso representa a capacidade de transcender o biológico e enxergar o outro como um ser com liberdade e responsabilidade. Frankl diria que ver “almas” é reconhecer o outro como alguém que pode escolher sua atitude diante do sofrimento e buscar sentido mesmo na dor.
“Nenhum prazo pra recuar / Acredite, há um prazo pra recuar”
Essa aparente contradição é profundamente existencial. A primeira frase sugere coragem, firmeza diante da vida. A segunda, uma advertência: há momentos em que é preciso parar, refletir, recuar para reencontrar o sentido. Na Logoterapia, isso seria o momento de pausa interior, de escuta da consciência, que aponta o caminho do sentido. Me remete à questão da finitude.
Não deixe que destruam sua vida
Não permita que roubem sua fé
Que o riso seja sua fala
Toda vez que sua voz acabar
Essas linhas ecoam o chamado cristão à perseverança na fé, mesmo diante das adversidades. A Igreja ensina que a vida é dom de Deus e que a fé é uma graça que precisa ser protegida e cultivada. São Paulo já advertia: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).
Aqui, Guilherme parece nos lembrar que a destruição da vida começa pela perda do sentido, e que a fé é justamente o que nos ancora diante do caos.
“Que o riso seja sua fala toda / Vez que sua voz acabar”
Essa imagem é belíssima. Quando a voz se cala — seja por dor, censura ou esgotamento — que o riso fale por nós. Na espiritualidade cristã, o riso pode ser expressão de esperança, de confiança em Deus mesmo quando tudo parece perdido. É o eco da alegria pascal: a certeza de que a morte não tem a última palavra.
Viktor Frankl dizia que a última das liberdades humanas é escolher a atitude diante do sofrimento. Esse trecho da música reflete exatamente isso.
“Não deixe que destruam sua vida”: A vida pode ser ameaçada externamente, mas sua essência e sentido só podem ser destruídos se o indivíduo permitir.
“Não permita que roubem sua fé”: A fé, na Logoterapia, pode ser entendida como confiança no sentido da existência, mesmo quando ele não é visível.
“Que o riso seja sua fala toda”: Quando não há mais palavras, o riso pode ser uma forma de resistência, de afirmação da vida. Frankl via o humor como uma das armas mais poderosas para manter a dignidade humana em meio ao sofrimento.
“Torpezas, vilezas / Atitudes de quem não se acanha / Em se despir a troco de nada”
Aqui, vemos uma denúncia clara da banalização da dignidade humana. A Igreja ensina que o corpo é templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19), e que a sexualidade deve ser vivida com responsabilidade e amor. “Despirse a troco de nada” é uma metáfora para a entrega do corpo sem sentido, sem amor, sem propósito — uma crítica à cultura da exposição e da objetificação.
“Mas sente repulsa quando sua máscara cai / E quem está na sua frente é Deus”
Esse é o momento de confronto espiritual. A máscara representa as aparências, os disfarces sociais, os papéis que usamos para esconder nossa verdade interior. Quando ela cai, resta o ser nu diante de Deus — e isso pode gerar repulsa, vergonha, medo. Difícil mão relembrar o que vemos em Adão e Eva após o pecado: “Ouvi tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu” (Gn 3,10).
Mas esse encontro com Deus também é o início da redenção. A Igreja ensina que Deus não nos olha com condenação, mas com misericórdia. A repulsa pode ser o primeiro passo para o arrependimento.
“Não deixe que destruam sua vida”: A vida pode ser ameaçada externamente, mas sua essência e sentido só podem ser destruídos se o indivíduo permitir.
“Não permita que roubem sua fé”: A fé, na Logoterapia, pode ser entendida como confiança no sentido da existência, mesmo quando ele não é visível.
“Que o riso seja sua fala toda”: Quando não há mais palavras, o riso pode ser uma forma de resistência, de afirmação da vida. Frankl via o humor como uma das armas mais poderosas para manter a dignidade humana em meio ao sofrimento.
Torpezas, vilezas
Atitudes de quem não se acanha
Em se despir a troco de nada
Mas sente repulsa quando sua máscara cai
E quem está na sua frente é Deus
(Acredite, há um prazo pra recuar)
Aqui, vemos uma denúncia clara da banalização da dignidade humana. A Igreja ensina que o corpo é templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 6,19), e que a sexualidade deve ser vivida com responsabilidade e amor. “Despirse a troco de nada” é uma metáfora para a entrega do corpo sem sentido, sem amor, sem propósito — uma crítica à cultura da exposição e da objetificação.
“Mas sente repulsa quando sua máscara cai / E quem está na sua frente é Deus”
Esse é o momento de confronto espiritual. A máscara representa as aparências, os disfarces sociais, os papéis que usamos para esconder nossa verdade interior. Quando ela cai, resta o ser nu diante de Deus — e isso pode gerar repulsa, vergonha, medo. Difícil mão relembrar o que vemos em Adão e Eva após o pecado: “Ouvi tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu” (Gn 3,10).
Mas esse encontro com Deus também é o início da redenção. A Igreja ensina que Deus não nos olha com condenação, mas com misericórdia. A repulsa pode ser o primeiro passo para o arrependimento.
“Acredite, há um prazo pra recuar”
Essa frase é um alerta escatológico: há tempo para conversão, mas não tempo infinito. A Igreja fala da urgência da metanoia (isso é muito a cara do Guilherme)— a mudança de vida — antes que seja tarde. É o chamado à vigilância, à consciência de que a vida é breve e que o encontro com Deus é certo.
Essa frase é um alerta escatológico: há tempo para conversão, mas não tempo infinito. A Igreja fala da urgência da metanoia (isso é muito a cara do Guilherme)— a mudança de vida — antes que seja tarde. É o chamado à vigilância, à consciência de que a vida é breve e que o encontro com Deus é certo.
Na visão de Viktor Frankl, esse trecho representa o momento em que o indivíduo é confrontado com sua verdade existencial.
“Torpezas, vilezas”: São as escolhas que negam o valor e o sentido da vida. Frankl diria que o ser humano pode se perder quando vive apenas para o prazer ou para o reconhecimento externo.
“Máscara cai”: É o instante em que a pessoa se vê sem desculpas, sem papéis, sem defesas. Na Logoterapia, isso é o encontro com a consciência, que aponta o sentido e exige responsabilidade.
“Quem está na sua frente é Deus”: Mesmo que Frankl não fale diretamente de Deus, ele reconhece que o ser humano é chamado a responder a algo maior — seja a vida, a missão, ou o outro. Esse “Deus” pode ser entendido como o sentido último, o fundamento da existência.
“Há um prazo pra recuar”: A Logoterapia afirma que o tempo é limitado, e que não escolher é também uma escolha. O recuo aqui não é fuga, mas retorno à essência, à verdade, ao sentido.
O mundo vai te comparar
O mundo vai julgar
Mas no final só quem foi fiel
Vai poder rir de todos por serem iguais
Os mesmos que hoje zombam do diferente
E sim, haverá
Haverá de ser
“O mundo vai te comparar / O mundo vai julgar”
A Igreja sempre alertou para os perigos da conformidade com o mundo. ´Nos últimos meses percebemos uma maior perseguição aos cristão ao redor do mundo. São Paulo escreve: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12,2). O julgamento do mundo é superficial, baseado em aparências, status e padrões passageiros. Mas o olhar de Deus é profundo, vê o coração.
“Mas no final só quem foi fiel / Vai poder rir de todos por serem iguais”
A fidelidade aqui é entendida como permanecer firme na verdade, na fé e na vocação pessoal, mesmo quando isso significa ser diferente, ser marginalizado. O “rir” não é escárnio, mas talvez uma alegria escatológica — a recompensa de quem não se vendeu, não se perdeu, e agora contempla a verdade revelada. A santidade, afinal, é ser “diferente” no melhor sentido: separado para Deus.
“Os mesmos que hoje zombam do diferente”
Jesus foi zombado, rejeitado, crucificado — e ainda assim, venceu o mundo. A Igreja ensina que seguir Cristo é carregar a cruz, e muitas vezes isso significa ser ridicularizado por viver valores que o mundo não entende.
“E sim, haverá / Haverá de ser”
Essa afirmação final parece uma profecia de esperança. Haverá justiça, haverá revelação, haverá sentido. É o eco da promessa cristã: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).
Na visão de Viktor Frankl, esse trecho é um grito pela autenticidade existencial. Comparação e julgamento são formas de desumanização. A Logoterapia ensina que cada pessoa é única, com um sentido singular a ser descoberto. Ser comparado é ser reduzido; ser fiel é ser livre.
“Só quem foi fiel” representa o indivíduo que respondeu à sua consciência, que viveu com propósito, mesmo sob pressão. Frankl diria que essa pessoa encontrou sentido — e por isso, pode rir, não por arrogância, mas por liberdade interior.
Zombar do diferente é o reflexo da insegurança coletiva. A Logoterapia valoriza o “diferente” como aquele que não se curva ao vazio existencial, mas busca algo maior.
“Haverá de ser” é a afirmação de que o sentido existe — mesmo que não seja visível agora. É a esperança que sustenta o ser humano diante do absurdo.
Pequeno resumo:
Essa música é quase um grito de resistência contra a desumanização, um chamado à autenticidade e à busca de sentido. Ela dialoga com a espiritualidade cristã e com a psicologia existencial de forma poderosa, lembrando que:
• Somos mais do que carne — somos alma.
• Não estamos aqui para sermos usados — mas para amar e servir.
• O valor não está na aparência — mas na essência.
• A vergonha pode ser redentora — se nos leva à verdade.
• E o sentido da vida não é dado — é descoberto, muitas vezes na dor.
Essa música é quase um grito de resistência contra a desumanização, um chamado à autenticidade e à busca de sentido. Ela dialoga com a espiritualidade cristã e com a psicologia existencial de forma poderosa, lembrando que:
• Somos mais do que carne — somos alma.
• Não estamos aqui para sermos usados — mas para amar e servir.
• O valor não está na aparência — mas na essência.
• A vergonha pode ser redentora — se nos leva à verdade.
• E o sentido da vida não é dado — é descoberto, muitas vezes na dor.
O segundo trecho é um convite à resiliência espiritual e existencial. Ele nos lembra que:
• A vida tem valor, mesmo quando ameaçada.
• A fé é um bem precioso, que sustenta o sentido.
• E o riso — longe de ser superficial — pode ser um ato de fé, uma linguagem da alma quando a voz se esgota.
A terceira parte é um convite à desmascarar-se diante da verdade, a reconhecer que por trás das atitudes torpes há uma alma que anseia por sentido. E que, mesmo diante da vergonha, Deus está ali — não para acusar, mas para restaurar. E eu não sei vocês, mas acho isso tão belo!
A última parte é um convite à fidelidade ao próprio chamado, à coragem de ser diferente, à resistência contra a massificação. Ele nos lembra que:
• O mundo julga, mas Deus conhece.
• A comparação mata o sentido; a autenticidade o revela.
• A zombaria é passageira; a fidelidade é eterna.
• E sim — haverá. Haverá justiça, haverá sentido, haverá redenção.
Louvor à Deus! Espero que a música e esses apontamentos te ajudem a ser aproximar ainda mais dEle e que nos ajude a viver de forma livre e autêntica.
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