Filhos e Filhas de Deus - Parte 3

Luz e paz!!!



Bom, continuando a sério sobre nos reconhecermos filhos de Deus, dessa vez tendo por base o Catecismo da Igreja Católica. Temos duas orações que se destacam entre as demais, que ratificam o fato de Deus ser nosso Pai: o Pai Nosso, professado por Jesus na Palavra e o Credo dos Apóstolos, a oração da nossa profissão de fé.




Falando do Credo

Já começamos nossa profissão de fé afirmando que cremos em Deus Pai. Cremos em um Deus que é Uno e Trino (Deus Pai, Deus Filho e Espírito Santo). Nada mais justo que começar por nosso Pai e Criador, o Princípio e o Fim de Tudo. Como diz no Catecismo:
«Nós acreditamos com firmeza e afirmamos simplesmente que há um só Deus verdadeiro, imenso e imutável, incompreensível, todo-poderoso e inefável. Pai e Filho e Espírito Santo: três Pessoas, mas uma só essência, uma só substância ou natureza absolutamente simples» CIC 202
Embora a visão de Deus como nosso Pai só venha aparecer no Novo Testamento, com a vinda de Jesus, o Antigo Testamento como prenúncio do Novo, já nos dá indícios dessa filialidade.

238. {...}Em Israel, Deus é chamado Pai enquanto criador do mundo (38). Mais ainda, Deus é Pai em razão da Aliança e do dom da Lei a Israel, seu «filho primogénito» (Ex 4, 22). Também é chamado Pai do rei de Israel  (39). E é muito especialmente «o Pai dos pobres», do órfão e da viúva, entregues à sua protecção amorosa (40).
239. Ao designar Deus com o nome de «Pai», a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é a origem primeira de tudo e a autoridade transcendente, e, ao mesmo tempo, que é bondade e solicitude amorosa para com todos os seus filhos. Esta ternura paternal de Deus também pode ser expressa pela imagem da maternidade (41), que indica melhor a imanência de Deus, a intimidade entre Deus e a sua criatura A linguagem da fé vai, assim, alimentar-se na experiência humana dos progenitores, que são, de certo modo, os primeiros representantes de Deus para o homem. Mas esta experiência diz também que os progenitores humanos são falíveis e podem desfigurar a face da paternidade e da maternidade. Convém, então, lembrar que Deus transcende a distinção humana dos sexos. Não é homem nem mulher: é Deus. Transcende também a paternidade e a maternidade humanas (42), sem deixar de ser de ambas a origem e a medida (43): ninguém é pai como Deus.
240. Jesus revelou que Deus é «Pai» num sentido inédito: não o é somente enquanto Criador: é Pai eternamente em relação ao seu Filho único, o qual, eternamente, só é Filho em relação ao Pai: «Ninguém conhece o Filho senão o Pai, nem ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar» (Mt 11, 27). 
Diferente dos nossos pais humanos, independente da nossa história de vida, Deus, enquanto nosso Pai e Criador não só sonhou com cada detalhe nosso, como  nos fez com todo esmero, cuidado, com o seu amor transbordante. Em seu zelo, não nos deixa um instante sequer, sabe de cada passo nosso, quantos fios de cabelo temos, das nossas dores e alegrias, potencialidades e dificuldades, virtudes e vícios; um exemplo disso é o Salmo 139. Tamanho é seu amor que Ele tudo criou para nós. De toda a criação só nós somos sua imagem e semelhança.



Falando no Pai Nosso

Jesus, quando indagado acerca de como rezar da várias orientações e entre elas, vem nos ensinar a oração do Pai Nosso. Ele começa nos lembrando que Deus não é aquele ser distante que nos criou e está lá em cima assistindo a tudo, pelo contrário, Jesus nos mostra que Deus está muito mais próximo de nós do que sequer ousamos pensar. Ele vem nos ensinar a chamar Deus de Pai. E um 'detalhe' importantíssimo é que Ele faz questão de colocar Deus como Nosso Pai. Não é só pai de Jesus, nem só meu, nem só seu, portanto, somos todos irmãos.
No "seja feita a Vossa vontade", podemos pensar na continuação da passagem na qual Jesus diz:
"Qual pai, dentre vós, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, apesar de serdes maus, sabeis dar o que é bom aos vossos filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem!”
Claro, nós humanos somos falíveis, erramos bastante, e por isso muitas vezes temos dificuldade em pensar nesse pai zeloso que quer somente a alegria e o melhor para o filho. E isso passa muito por nossa sensibilidade, de reconhecer mesmo com dificuldade que nosso pai humano talvez também não tenha tido um bom exemplo de pai, pode nem ter conhecido, são tantas as nuances de nossas vidas...Aí, cabe, como falei no post anterior, pedir a ajuda de Deus, para sarar nossas feridas e perdoar nossos pais.

Por ora, é isso. Vou ficando por aqui. Que diante desses novos conhecimentos possamos refletir à luz do Espírito Santo, nossa relação com o Pai e rezar buscando proferir com verdade a palavra Pai. Tomemos posse da nossa condição de filhos de Deus!!

Deus os abençoe e Maria vos guarde!



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