Filhos e filhas de Deus - Parte 1

A paz de Cristo!!!

Esse ano fiz um retiro cuja temática me marcou muito, era sobre nos reconhecermos filhos e filhas de Deus. Dei-me conta de que muitas vezes nos sentimos mais próximos de Jesus e do Espírito Santo, do que de Deus Pai. Poderíamos pensar que Jesus é aparentemente mais próximo por ter descido até nós, ter encarnado, foi homem, sentiu nossa humanidade olhando em nossos olhos. O Espírito Santo também estaria mais próximo por ser Aquele que está conosco, nosso Paráclito, Aquele que inflama nossa almas tão sedentas de Deus e de seu amor. Mas, e Deus Pai? Porque muitos de nós nos sentimos mais 'afastados' dele? Alguns podem dizer que por não ter uma referência paterna 'positiva' ou mesmo presente, têm dificuldade de enxergar esse Pai amoroso e misericordioso que é Deus. Outros, podem alegar que assusta um pouco pensar em Deus, o Criador de todas as coisas, como nosso Pai. Ou ainda, por se prenderem em uma visão limitada da Antiga Aliança ou Antigo Testamento, como queiram chamar, visão esta de um Pai que castiga, que é severo. Esquecem de perceber todos os minuciosos gestos de amor e misericórdia dEle conosco. O fato de tudo ter criado por amor a nós e para que soubéssemos usufruir com sabedoria. Poxa, quando tudo foi criado Ele andava no meio de nós, face a face!!! Então veio o pecado original e essa intimidade se rompeu. Contudo, Ele nunca abandonou o homem. Muito pelo contrário, sempre buscou cuidar e proteger os seus, demonstrar seu amor, guiar o homem de volta a essa intimidade.



Com a Nova Aliança, Jesus nos faz filhos de Deus. Quanto amor!! Além de vir a nós apesar de tanta ingratidão e ainda dar a vida para nossa salvação, Jesus nos dá um Pai, uma Mãe, e nos faz todos irmãos. Em Romanos 8, 28-30, temos:
"Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados  segundo o seu desígnio. Pois aos que Ele conheceu desde sempre , também os predestinou a se configurarem com a imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. E àqueles que predestinou, também os chamou, e aos que chamou, também os justificou, e aos que justificou, também os glorificou".
Costumo pensar na Palavra como uma carta de amor desse Pai tão amoroso a seus filhos. Um Pai que guia, que disciplina, que ama incondicionalmente, que não se cansa de nos esperar (como o Pai do filho pródigo), misericordioso. Penso que somos tão lentos que precisamos constantemente desse lembrete do amor de Deus por nós.

Na Primeira Epístola de São João 3,1-3; temos:

Caríssimos,
vede que grande presente de amor o Pai nos deu:
de sermos chamados filhos de Deus!
E nós o somos!
Se o mundo não nos conhece,
é porque não conheceu o Pai.
Caríssimos, desde já somos filhos de Deus,
mas nem sequer se manifestou o que seremos!
Sabemos que,
quando Jesus se manifestar,
seremos semelhantes a ele,
porque o veremos tal como ele é.
Todo o que espera nele,
purifica-se a si mesmo,
como também ele é puro.




Nossa, é um grande dom podermos ser chamados de filhos de Deus !! Valorizemos e sejamos gratos a esse dom!

Vejamos, algumas características de Deus Pai.


Compaixão:
"Como um pai se compadece dos filhos, o Senhor se compadece dos que o temem". (Salmo 103, 13)

Sabedoria e instrução:
"Escutai, ó filhos, a instrução de uma pai e ficai atentos, para aprender a prudência: eu vos darei uma doutrina excelente, não abandoneis a minha lei. [...]. Ele me ensinava e dizia:
"Teu coração acolha as minhas palavras, guarda meus preceitos e viverás. Adquire a Sabedoria, adquire a prudência não te esqueças das palavras de minha boca, nem delas te afastes. Não abandones a Sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te protegerá....." (Provérbios 4, 1.2.4-6)

Disciplina
Pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem. (Provérbios 3.12)

Amor
Respondeu Jesus: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele.” (João 14.23)
Pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês me amaram e creram que eu vim de Deus. (João 16.27)
Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! (1 João 3.1)

Exortação e motivação
Tanto vocês como Deus são testemunhas de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os que crêem. Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória. (1 Tessalonicenses 2.10-12)

Cuidado e provisão

Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! (Mateus 7.7-11)

Diante disso e com base na Palavra, como poderíamos dizer que Deus se relaciona conosco? Bom, constatamos que seu amor é:

1) Pessoal, ou seja, único. Deus nos ama de maneira individual. Ele conhece, valoriza e ama cada um de nós como se fôssemos os únicos seres sobre a Terra. Ainda que você fosse o único habitante de todo o universo, Deus não poderia amá-lo mais do que Ele o ama nesse exato momento.

“O Senhor chamou-me desde o meu nascimento, ainda no seio de minha mãe, ele pronunciou o meu nome” (Isaías 49.1)

“E agora eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó e te formou Israel, nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu” (Isaías 43,1).

2) Eterno, logo,  Deus já nos amava antes da nossa existência. Fomos, aliás, chamados à vida por um ato de amor.

“Amo-te com eterno amor” (Jeremias 31-3).

3) Fiel. Deus não volta atrás no propósito de nos amar. Ainda que sejamos infiéis, Ele é fiel. 

“Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas abalassem, jamais meu amor te abandonará...” (Isaías 54,10)

“Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos.” (Isaías 49.15-16)

4) Imensurável, ou seja, sem medidas - não há amor humano que se equipare à intensidade com que Deus nos entrega seu amor.

“Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti”. (Isaías 43.4)

5) Incondicional. Deus nos ama gratuitamente, simplesmente nos ama. Nossos afetos são marcados pelo egoísmo, pelo desejo de troca. Amamos o belo, o perfumado, o gentil. Mesmo o amor materno, que dentre os amores humanos é dito o mais puro, tem limitações.Deus nos aceita e nos aprecia em qualquer circunstância, pois não é necessário colocarmos máscaras para sermos aceitos por Deus. Ele não nos ama por causa de nossas qualidades, mas ama o que somos. Deus não nos ama porque somos bons, mas porque Ele é bom.

“Mas amamos por que Deus nos amou primeiro” (I João 4,19). 

Vou parando por aqui,mas pretendo continuar essa temática posteriormente.

Fiquem com Deus e que Maria guarde os vossos caminhos!!

Comentários